Veículos Elétricos:

Quem é apaixonado por tecnologia e mobilidade, certamente já está considerando adquirir os veículos elétricos (ou híbridos). Além de modernos, são reconhecidos por suas características sustentáveis. Mas, qual a situação dessa economia no Brasil? E será mesmo que essa tecnologia trará benefícios ao meio ambiente que tanto nos preocupamos? A NEXTfleet e Fleet Mobility Brasil se juntam mais uma vez para esclarecer estas perguntas.

Para se adquirir hoje um veículo híbrido ou elétrico no Brasil, é necessário um investimento alto. Temos disponíveis 8 modelos apenas, cujos preços vão de R$ 127 mil (Toyota Prius 2016 – híbrido) à R$ 800 mil (BMW i8 – híbrido). O único carro com motor movido inteiramente a eletricidade, é o BMW i3, que é capaz de 0 a 100 km/h em 7,25 segundos.

A empresa brasileira Itaipú Binacional, por sua vez, já utiliza veículos elétricos abastecidos via energia solar. A organização, que é uma das maiores geradoras de energia limpa e renovável do planeta, participa do Programa VE (Veículos Elétricos), que tem como objetivo pesquisar soluções de mobilidade elétrica que sejam técnica e economicamente viáveis, para, assim, minimizar o impacto ambiental das fontes sujas de energia, como os combustíveis fósseis.

A falta de opções e alto custo para adquirir essa nova tecnologia no Brasil, dá-se, bastante, pela falta de incentivos governamentais. Porém, foi assinado no dia 05 de julho uma medida provisória que autoriza a implantação do programa criado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Rota 2030, após mais um ano em negociação. Essa norma prevê uma série de incentivos fiscais para os próximos 12 anos, que dará mais garantia aos investimentos dos fabricantes no Brasil, além de gerar mais empregos. A mudança mais marcante trazida pelo Rota 2030 é a nova alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, de elétricos e híbridos, cuja redução será de 25% para, até, 7%.

Dependendo do nível de eficiência energética, as alíquotas podem variar de 7% a 20%. Dessa forma, as montadoras poderão trazer veículos do exterior ou, até mesmo, desenvolver projetos nacionais. Está prevista a chegada de 8 novos modelos no Brasil a partir de 2019, com preços ainda relativamente altos, partindo de R$ 130 mil, aproximadamente.

Estação elétrica Itaipu Binacional

E, caso fosse adquirido um veículo elétrico, como seria essa experiência? A autonomia destes são de 150 quilômetros, em média. Para realizar a carga em casa ou em um shopping, com um carregador em uma tomada comum, delonga-se 8 horas em uma tomada 220 volts ou 20 horas em 110 volts. A grande vantagem é o baixo custo da recarga, estimado em 10 vezes mais barato do que a gasolina. Existe, também, um sistema de recarga rápida, disponível apenas em estações desenvolvidas especialmente para esse fim, que reduz o tempo de recarga para 30 minutos, operando com 550 volts e 125 ampères.

Os condutores contam com algumas dificuldades quanto aos postos de recarga nas cidades. São poucos os pontos em que é possível fazer o abastecimento rápido atualmente, visto que não há muita demanda. Algumas empresas estão instalando pontos pelo país, como ABB, CPFL (que projeta que o Brasil terá ao menos 15 mil pontos de recarga elétrica até 2030, com uma frota de veículos híbridos podendo ultrapassar 4 milhões de unidades), Copel e Itaipu Binacional, que, em parceria, vão juntas implantar 8 eletropontos na BR-277, no Paraná, sendo a primeira eletrovia do país, com cerca de 700km entre Paranaguá e Foz do Iguaçu.

Além disso, hoje já está ativo o maior corredor para carros híbridos e elétricos da América Latina no Brasil. São 6 postos distribuídos por 430 km entre São Paulo e Rio de Janeiro, com um distanciamento máximo de 122 km entre eles. A recarga, para veículos com uma bateria de 22 kWh (valor médio), necessita de 25 minutos para completar 80% da carga total. E, até 2019, o corredor elétrico será totalmente gratuito para incentivar o uso dos postos.

Até aqui, vimos que essa nova tecnologia está se aproximando cada dia mais dos brasileiros, principalmente com a medida do governo (Rota 2030) de redução da alíquota. Mas, e quanto às características ecologicamente corretas desses veículos? Afinal, não é esse um dos maiores benefícios que nos incentivam a adquiri-los?

Durante a greve dos caminhoneiros (2018), poucos veículos movidos a combustão trafegaram pelas cidades. Em pouco tempo, dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostrou uma queda de 50% da poluição na metrópole. A qualidade do ar, durante o sétimo dia de paralização, era considerada boa em todas as estações de medição para todos os poluentes monitorados, um cenário raro na cidade. Imagine-a com apenas veículos elétricos trafegando, não seria um quadro excelente? Não há como negar que sim. A poluição do ar nos centros urbanos mais populosos, diminuiria imensamente. No entanto, devemos levar em consideração a maneira como a energia elétrica é produzida no Brasil.

Posto Recarca Carro Elétrico

Geramos energia elétrica pelas usinas hidrelétricas e eólicas como “bateria”. Caso estas duas não supram a demanda, são ativadas as termelétricas, que se utilizam da queima de combustíveis fósseis, como o carvão, principalmente. E, com o passar dos anos, estamos gradativamente necessitando mais da ativação das termelétricas. Em 1990, as hidráulicas eram responsáveis por mais de 90% da geração de energia no país. Hoje, representam cerca de 60% apenas do total. A geração térmica, por sua vez, cresceu de 4% a 23% no mesmo período, acompanhada pelo aumento da demanda. Segundo especialistas, no começo da década de 90 os reservatórios tinham água suficiente para iluminar o Brasil por cinco anos. Hoje, o estoque equivale a apenas cinco meses de consumo.

E não para por aí: a geração de energia com a queima de gás natural, petróleo e carvão mineral gerou cerca de 42 milhões de toneladas de CO2 ou equivalente em 2016. Para cada GWh gerado, foram cerca de 49 toneladas, segundo levantamento do Observatório do Clima. Em agosto de 2017, a produção das termelétricas atingiu o maior valor já registrado desde que a série histórica teve início, em 1990, segundo dados do ONS.O resultado (12.655 GWh) é ligeiramente maior que o patamar de junho de 2015, o maior até então (12.612 GWh).

Considerando estes dados, será que o Brasil estaria preparado para receber essa tecnologia? Se mantivermos a mesma forma de produção de energia que existe atualmente, provavelmente, não. Isso é curioso, pois a primeira impressão que temos quando ouvimos falar sobre veículos movidos a eletricidade é sempre positiva, com uma imagem da Tesla Motors apresentando um automóvel ultramoderno, com um porta-malas dianteiro, enfatizando a ausência do motor a combustão. E, mesmo em países da Europa e Estados Unidos, que, teoricamente, estariam mais preparados para receber essas inovações, devem contar com sérias questões quanto ao aumento da demanda de eletricidade.

Na Europa, por exemplo, quase metade dessa produção vem das usinas térmicas, movidas a combustíveis fósseis. O aumento da demanda energética até 2050, ano em que é estimado que 80% dos veículos serão elétricos, será de 25% em relação à demanda atual nos 28 países-membros da União Europeia. E, nos EUA, o cenário é ainda pior: 70% da energia elétrica é produzida pelas termelétricas. Isso, que nem tratamos do descarte de baterias de íons de lítio, que são altamente inflamáveis e poluentes.

Por fim, mesmo expondo o lado obscuro da nova tecnologia que está por vir, sempre podemos pensar em soluções. No Brasil, podemos apostar no crescimento das usinas movidas a biomassa (movidas por bagaço de cana e pelas florestas energéticas), que poderiam, aos poucos, substituir parte do espaço do gás natural, carvão mineral e petróleo. É necessário que se aumente os investimentos na geração de energia renovável, aproveitando melhor também a energia eólica e solar gerada, para que seja possível de fato utilizar as termelétricas como “baterias” novamente.

Agora, a NEXTfleet e Fleet Mobility Brasil querem saber de você: o que espera dessa nova tecnologia que está por vir? Inscreva-se em nossa Newsletter para receber semanalmente artigos sobre tecnologia e mobilidade! Até o próximo artigo!

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